quinta-feira, 25 de abril de 2013

Sensatez...





Sou a brisa leve que te refresca.
A melodia suave que acalma em dias de tempestades.
Sou o sussurro que ouve a cada cantar dos pássaros.
A projecção divina de dias melhores.
A segurança de atracar em noites de luar para ver o nascer do sol.
Somos herdeiros do amor e da clareza de um olhar triste que encantam com os sonhos que se vão.
A imensa dor que sinto é capaz de fazer até os anjos parar.
E quantas vezes só em teu olhar me vê, és espelho da alma que reflecte.
Minha luz que de tão clara, ofusca os outros seres que conosco convive.
Sempre te aceitei como és e você idem.
Por isso seus beijos entorpecem.
Por isso que cala minha voz com tua presença.
Teu andar inebria, afaga, enlouquece a mente insana que contém em mero corpo selvagem... indolor...
E o que parecia gritos de terror em teus braços que cessam a nudez de cada instante se sensatez.
Negro olhar, mal-intencionada que causaria medo até na mais escura noite.
Somos bem e mal, fazendo assim o equilíbrio dos astros.
Você terra eu água.
Você ódio e rancor que cubro com o toque de meu puro amor.
Olhando a linha do horizonte em teus braços, sinto que nada pode mais doer.
Saudade sim daqueles dias incansáveis de sonetos intercalados ao nosso amor.
Mas que hoje é real e perfeita sinfonia dos arcanjos.
Não temos culpa, foi o tempo que não passou, vejo que a vida é uma bobagem sem teus negros olhos brilhantes.
Apenas com ele é capaz de mover o muro, as montanhas, mudar o curso desse rio que percorre em meu corpo febril.
E o gosto de tua pele se faz amor para mim, sem meias palavras simplesmente amor...
Percorre caminhos infinitos, escondidos e proibidos sem que possa perceber.
Mas quando o sol nasce você se vai, levando toda aquela noite linda em teu escuro olhar...