terça-feira, 23 de outubro de 2012

Rei do Mar...






Nunca te vi tão reluzente quanto essa noite.
Em teus lábios traziam o gosto das noites mais gostosas que vivi de todas que já me presenteou.
E teus olhos, nem a estrela mais brilhante puderam ofuscar.
Me cegou com tua beleza... Tua alma ainda gritava mais alto pelo meu nome, como nunca antes.
Elevou meu espírito com seu olhar apaixonado... Fiquei fraca em um relance de teu piscar.
Marcou com pecado original e nele eu estava sem retorno.
Como voltar para uma simples vida depois disso, se tudo que quis foi esses olhos em mim, despindo meu corpo, fazendo com que perpetua-se esse fogo latente a queimar os lençóis de nossa cama.
Ser um anjo num espaço prometido já não me basta, não quero escrever em folhas amarelas vazias sem pinturas reais e peças intocadas de cristais.
Expôs-me a vida diante de meu alcance, como seu corpo essa noite está.
Todos os sete horizonteis girando em torno de nossas almas ao nos amar. Como um eclipse de lua e sol a se beijarem soltando raios e invadindo todo o céu em devaneios.
Agora o ar que respirei mudou o rumo de meus planos e tudo que eu ensinei a ele, foi tudo, foi mais que um dia pensou. Foi como se ele soubesse meus movimentos e maneira de sussurrar em encaixes perfeitos, como se ele toca-se o mais fundo de meus desejos, sem nunca antes nele habitar.
E palavras se tornam vazias diante daquele momento...
Ele me deu tudo que podia... Até nossa alma se expulsou de nossos corpos num simples tocar, vi elas pairando pelo ar ao dançar a melodia dos amantes.
As imagens de nossos corpos que refletiam na lua se prateavam com as bênçãos do luar.
E todo o mar se reverencia a teu poder... É rei das águas de onde nasci, dono dos mares mais teimosos e pavorosos que um dia conheci.
Segura-me firme nas linhas do tempo e nas correntezas que movem-me em frente a sua fúria.
Afastados em silencio por um instante de paixão, pude ouvir as almas em volta de nos, todas paradas observando o anjo que eu sempre amei, tocando levemente meus lábios que antes eram mordidos de prazer.
Pois até os astros pararam em tal eterno momento, e nem o fogo infernal e a calmaria dos anjos não pode evitar esse encontro que devasta nossos corpos, estabilizando-se entre as estrelas.
Temos o nosso paraíso feito pelas nossas mãos, mãos de iguais, por anos e em cada outono ele volta mais vivo que nunca, entre beijos e folhas caindo pelos caminhos que trilhamos ate o mar e sabemos que sempre nos amaremos, porque no céu estava escrito e por você me fazer sentir a mulher mais amado do universo...
'' Nem a vida, nem a morte, fará com que eu deixe de te amar''...


                                                   
                              





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